Journal
A identidade profissional (IP) é entendida como um processo dinâmico e evolutivo, (re)construído
em interação (Dubar, 1997; Mead, 1962), que congrega duas dimensões: a individual e a coletiva
(Lopes, 2007; Stets & Burke, 2000). A dimensão coletiva envolve a partilha de significados e de
representações sociais no interior de comunidades de prática (CoP) (Wenger, 1998), onde se
estabelecem práticas comunicacionais favoráveis à reconstrução da IP durante a formação. O
presente estudo visa compreender a influência do contexto de estágio na formação dos futuros
professores, tendo em conta as perspetivas discursiva e de afinidade propostas por Gee (2001),
o conceito de CoP desenvolvido por Wenger (1998) e o entendimento partilhado por Clandinin e
colegas (2006) e por Sfard e Prusak (2005), de que a (re)construção da identidade docente poderá
ser interpretada através de narrativas ou autodiálogos. O principal objetivo é compreender o modo
como os estagiários aprendem a ser professores em CoP e como é que a própria CoP evolui para
os apoiar no seu esforço de desenvolvimento pessoal e profissional, sob o olhar interno do
professor cooperante, num cruzamento de perspetivas entre formador e formandos. Utiliza uma
metodologia qualitativa, com recurso a grupo focal, entrevistas individuais e diários de bordo.
Concluiu-se que o processo de estágio transformou os modos de ser e de agir dos formandos,
razão pela qual a importância atribuída ao funcionamento da CoP transcendeu o processo através
do qual cada estagiário aprendeu a ser professor. Tratou-se de uma aprendizagem coletiva, em
que todos contribuíram para a co-construção da identidade da própria CoP.
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Maria Inês Cardoso
Publicação
Ano da publicação: 2017
Identificadores
ISBN: 978-989-8471-26-0